segunda-feira, 2 de junho de 2008

Desmatamento na Amazônia aumenta 8 vezes em um mês

De acordo com o sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), 1.123 km² da Floresta Amazônica sofreram corte raso ou degradação progressiva durante o último mês de abril. O número foi apresentado na tarde desta segunda-feira, 2, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) durante coletiva à imprensa na sede do órgão, vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em São José dos Campos (SP).

Além dos números do desmatamento em cada Estado da Amazônia Legal, o Inpe também divulgou o índice de cobertura de nuvens do período analisado. A cobertura de nuvens costuma variar muito de um mês para outro, assim como a localização das áreas encobertas. Do total verificado pelo Deter em abril, 794 km² correspondem ao Mato Grosso. Em março, o sistema havia registrado 112 km² no Estado. Porém, no mês anterior 78% da Amazônia estava coberta de nuvens, sendo que 69% do Mato Grosso não pôde ser observado pelos satélites. Já em abril, 53% da Amazônia esteve sob nuvens, mas apenas 14% do Mato Grosso ficou encoberto. Isto indica que a oportunidade de observação no estado aumentou muito de março para abril.

O segundo estado com maior área de desmatamento em abril é Roraima, com 284,8 km², seguido por Rondônia, com 34,6 km².

Em operação desde 2004, o Deter foi concebido como um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento. São mapeadas tanto áreas de corte raso quanto áreas em processo de desmatamento por degradação florestal. É possível detectar apenas polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares por conta da resolução dos sensores espaciais. Devido à cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares são identificados pelo sistema.


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